março 11, 2011

Vale a pena lembrar

vale a pena lembrar o último capítulo de os maias, quando carlos da maia e joão da ega decidiem revisitar o ramalhete. após ega ter declarado que tinham falhado à vida, carlos diz uma frase – a de que se falha sempre na realidade o que se planeou na imaginação – que, de início, espanta o amigo. talvez josé do canto não tivesse ficado surpreendido, mas, no fundo, era tão romântico quanto ega. nos últimos anos, quase desesperou. não se suicidaria, como fizera antero, mas acabou tão desanimado quanto ele. as estrofes de despondency – “deixá-la ir, a vela, que arrojam/ os tufões pelo mar, na escuridade,/quando a noite surgiu da imensidade,/quando os ventos do sul se levantaram…/deixá-la ir, a nota desprendida/ [...]/ e a vida… e o amor… deixá-la ir, a vida” – poderiam ter sido assinadas por si.

epílogo ~ os cantos, a tragédia de uma família açoriana
maria filomena mónica

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